sábado, 28 de novembro de 2009

O Bauru da Padaria São Marcos - Baixa Gastronomia Parte I


Vitória da Conquista é pródiga em estabelecimentos com comida de alta qualidade e sabores irresistíveis. Como são lugares geralmente simples, sem a sofisticação do Bistrô, por exemplo, resolvi classificá-los como Baixa Gastronomia, que, apesar do nome, não deixa a dever a nenhuma Perini, Barbacoa ou Famiglia Mancini. Vou iniciar aqui uma série de post's sobre essas comidas fantásticas falando do Bauru da Panificadora São Marcos. O Bauru da São Marcos chama a atenção por seu volume, mal cabe na mão e você precisa da ajuda de garfo e faca para "traçá-lo", não à tôa seu apelido lá é "PF". Por dentro é uma festa de queijo e mortadela que são cortados com espessura de 1 centímetro, daí se descobre que o segredo do volume é a fartura dos frios. Quando sai do forno ou da chapa pra "pegar aquele grau" o queijo derretido despenca no prato e você fica literalmente babando... Esse Bauru já me "salvou" muito quando eu era Analista da AmBev e não tinha tempo pra almoçar... O serviço merece destaque, com mais 40 anos de tradição a São Marcos está sob o comando de Marcos "Mezenga" Amaral (que mantém uma adega secreta de vinhos italianos, portugueses e argentinos), a agilidade dos funcionários é de fazer inveja a qualquer cadeia internacional de fast food, com os sempre engraçados "Schumacher" (grande imitador de fregueses), "Irmão" e Maurício operando o balcão.
Panificadora São Marcos
Endereço: Rua Teodoro Sampaio, 555, São Vicente. (em frente a DIRES)
Telefone: (77) 3421.1606
Horário: 6h/20h (sáb. até 19h; fecha dom.)

Paêbirú, assim nasce um mito

Em 1973, Zé Ramalho era um animador de bailes em bandas de iê-iê-iê de João Pessoa e Campina Grande. O pintor Raul Córdula lhe avisou que no Recife havia um pessoal diferente, conhecido como udigrudi pernambucano. Foi pra lá. O guru era Lula Côrtes, um hiperativo que dividia seu tempo entre o desenho e o seu inseparável tricórdio, um instrumento meio estranho. Lula Côrtes se firmara como líder da turma durante a I Feira Experimental de Música do Nordeste (11/11/1972), também conhecida como Woodstock cabra da peste.
“O ácido era distribuído ao público, cerca de duas mil pessoas, dissolvido num balde com Q-suco”, testemunhou depois Marco Polo, futuro membro da Tamarineira Village, numa entrevista ao jornalista pernambucano José Telles. No início de 1974 Zé foi apresentado a Lula, que vivia com a namorada Kátia Mesel no então distante subúrbio de Casa Forte (que virou bairro nobre do Recife). Lula lhe falou da Pedra do Ingá e da idéia de fazer um disco inspirado no sítio arqueológico de Ingá do Bacamarte. Paêbirú é um disco duplo é dividido em quatro lados, e cada um é dedicado a um dos quatro elementos da natureza: Terra, fogo, água e ar, respectivamente. Além dos longos instrumentais psicodélicos e ritmos regionais, também foram adicionados sons sintéticos paralelos ao tema dos lados. O disco foi feito em 1975 no estúdio da Rozenblit e lançado imediatamente, mas na terrível enchente de julho daquele ano no Recife, as águas do Capibaribe invadiram a fábrica e destruíram praticamente toda a prensagem do disco e as fitas master, com a exceção de 300 cópias que haviam sido levadas para a casa de Lula e Kátia. Dessas 300 cópias nasceu o mito, que é tão incrível que há gente que não acredita.
Hoje é possível encontrá-lo em CD, lançado pela Shadoks, um obscuro selo alemão. No Brasil o disco sai por um preço bem salgado: No Mercado Livre por 120 Reais. O disco é hoje o vinil com maior valor comercial no Brasil, bem conservado, um disco da edição original vale em torno de 4 mil reais.

Estupra mas não mata...


Vocês sabem quem é César Benjamin? Então começo por sua biografia sintetizada hoje na Folha de S. Paulo:CÉSAR BENJAMIN, 55, militou no movimento estudantil secundarista em 1968 e passou para a clandestinidade depois da decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro desse ano, juntando-se à resistência armada ao regime militar. Foi preso em meados de 1971, com 17 anos, e expulso do país no final de 1976. Retornou em 1978. Ajudou a fundar o PT, do qual se desfiliou em 1995. Em 2006 foi candidato a vice-presidente na chapa liderada pela senadora Heloísa Helena, do PSOL, do qual também se desfiliou. Trabalhou na Fundação Getulio Vargas, na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Prefeitura do Rio de Janeiro e na Editora Nova Fronteira. É editor da Editora Contraponto e colunista da Folha.
Como se nota por sua biografia, Benjamin — conhecido por Cesinha — No arquivo, vocês encontrarão várias referências a ele e também à sua editora, que publica bons livros. À diferença do que dizem, sei manter divergências civilizadas com civilizados. Adiante.
A Folha publica hoje alguns textos sobre o filme hagiográfico “Lula, O Filho do Brasil”. Benjamin escreve um longo depoimento — íntegra aqui — em que narra todos os horrores que sofreu na cadeia, preso que foi aos 17 anos. Entre outras coisas, e sabemos que isto é tragicamente comum nas cadeias brasileiras até hoje, foi entregue para “ser usado” pelos presos comuns, o que, escreve ele, não aconteceu. E faz um texto que chega a ser comovido sobre o respeito que lhe dispensaram na cadeia.
Depois de narrar suas agruras, interrompe o fluxo da memória daquele passado mais distante para se fixar num mais recente, 1994, quando integrava a equipe que cuidava da campanha eleitoral de Lula na TV — no grupo, estava um marqueteiro americano importado por alguns petistas. E, agora, segue o texto estarrecedor de Benjamin sobre uma reunião.
(…)Na mesa, estávamos eu, o americano ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci. Lula puxou conversa: “Você esteve preso, não é Cesinha?” “Estive.” “Quanto tempo?” “Alguns anos…”, desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: “Eu não aguentaria. Não vivo sem boceta”.
Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de “menino do MEP”, em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do “menino”, que frustrara a investida com cotoveladas e socos.
Foi um dos momentos mais kafkianos que vivi. Enquanto ouvia a narrativa do nosso candidato, eu relembrava as vezes em que poderia ter sido, digamos assim, o “menino do MEP” nas mãos de criminosos comuns considerados perigosos, condenados a penas longas, que, não obstante essas condições, sempre me respeitaram.
O marqueteiro americano me cutucava, impaciente, para que eu traduzisse o que Lula falava, dada a importância do primeiro encontro. Eu não sabia o que fazer. Não podia lhe dizer o que estava ouvindo. Depois do almoço, desconversei: Lula só havia dito generalidades sem importância. O americano achou que eu estava boicotando o seu trabalho. Ficou bravo e, felizmente, desapareceu.
Num outro ponto se seu longo texto, Benjamin comenta o filme sobre a vida de Lula e lembra aqueles que não o molestaram na cadeia:
(…)A todos, autênticos filhos do Brasil, tão castigados, presto homenagem, estejam onde estiverem, mortos ou vivos, pela maneira como trataram um jovem branco de classe média, na casa dos 20 anos, que lhes esteve ao alcance das mãos. Eu nunca soube quem é o “menino do MEP”. Suponho que esteja vivo, pois a organização era formada por gente com o meu perfil. Nossa sobrevida, em geral, é bem maior do que a dos pobres e pretos.
O homem que me disse que o atacou é hoje presidente da República. É conciliador e, dizem, faz um bom governo. Ganhou projeção internacional. Afastei-me dele depois daquela conversa na produtora de televisão, mas desejo-lhe sorte, pelo bem do nosso país. Espero que tenha melhorado com o passar dos anos.
Mesmo assim, não pretendo assistir a “O Filho do Brasil”, que exala o mau cheiro das mistificações. Li nos jornais que o filme mostra cenas dos 30 dias em que Lula esteve detido e lembrei das passagens que registrei neste texto, que está além da política. Não pretende acusar, rotular ou julgar, mas refletir sobre a complexidade da condição humana, justamente o que um filme assim, a serviço do culto à personalidade, tenta esconder. * Extraído do blog de Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Negro no Futebol

O Vasco foi o primeiro clube no Brasil a ter negros em seus quadros, isso todo mundo sabe. Mas o que a mídia não conta é que o Vasco foi fundado por negros, portugueses e brancos pobres. Eles não tinham espaço nos clubes da elite como Flamengo, Fluminense e Botafogo. O que a mídia também não diz é que a mudança promovida pelo Vasco não foi aceita pelos outros clubes imediatamente. Muitos anos depois é que os clubes passaram ter jogadores negros, mas o racismo continuava, a prova disso é o ex-jogador Paulo César Caju (campeão do mundo em 1970). Ele quando jogou pelo Flamengo não podia entrar na área social da Gávea por causa do preconceito às pessoas de cor. Também é incrível como a imprensa esconde esse tipo de fato, certamente porque o Flamengo é time "queridinho" da mídia...
*Na foto o lendário massagista Pai Santana com craque Edmundo.

sábado, 21 de novembro de 2009


"Olhar sereno, pele branca, quase neve. Sorriso largo, boca linda, cabelos longos, depois curtos, depois longos de novo. Baixinha, média de salto, coração grande. Paciência maior ainda. Ar de preocupação, delicadeza de uma princesa. Sentimentos de um anjo. Palavras simples, palavras certas, palavras certeiras, palavras de amor, palavras-cruzadas, palavras mal-ouvidas, palavras eternas. Longas distâncias, longas ligações, longos diálogos. Destinos cruzados, destinos afastados, destinos traçados, destinos iguais".

Ré pra Frente


Em mais um ano consecutivo, o Brasil teve mau desempenho no relatório do Índice de Percepção de Corrupção da ONG Transparência Internacional. O país marcou índice de 3,7 em uma escala que vai de zero (países vistos como muito corruptos) a dez (considerados bem pouco corruptos) e ficou em 75º em um ranking de 180 países avaliados. No ano passado, o país teve um índice de 3,5 de percepção de corrupção.
P.S. Ano passado o Brasil ficou em 80º, será que o Brasil melhorou ou os outros que pioraram?!

sábado, 14 de novembro de 2009

Jaques Wagner, O nosso Velho Barreiro


Vocês já perceberam a semelhança entre o governador da Bahia e o garoto-propaganda da cachaça Velho Barreiro...? Impressionante!
P.S. Velho Barreiro, quem toma abre...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Mamata da Petrobrás

ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS(Lavrada sob a forma de sumário, conforme facultado pelo parágrafo primeiro do artigo 130 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976).

DIA, HORA E LOCAL: Assembleia realizada às 15 horas do dia 8 de abril de 2009, na sede social, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, na Avenida República do Chile, no 65.

Item IV: Foram reeleitos como membros do Conselho de Administração da Companhia, na forma do voto da União, com mandato de 1 (um) ano, permitida a reeleição, a Senhora DILMA VANA ROUSSEFF, brasileira, natural da cidade de Belo Horizonte (MG), divorciada, economista, com domicílio na Casa Civil da Presidência da República - Praça dos Três Poderes - Palácio do Planalto - 4º andar - salas 57 e 58, Brasília (DF), CEP: 70150-900, portadora da c arteira de identidade nº 9017158222, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul - SSP/RS, e do CIC/CPF nº 133267246-91 e os Senhores GUIDO MANTEGA, brasileiro, natural de Gênova, Itália, casado, economista, com domicílio no Ministério da Fazenda - Esplanada dos Ministérios - Bloco P - 5º andar - Brasília (DF), CEP: 70048-900, portador da carteira de identidade nº 4135647-0, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo - SSP/SP, e do CIC/CPF nº 676840768-68; SILAS RONDEAU CAVALCANTE SILVA, brasileiro, natural da cidade de Barra da Corda (MA), casado, engenheiro, com domicí lio na S..A.U.S. - quadra 3 – lote 2 - Bloco C – Ed. Business Point - salas 308/309, Brasília (DF), CEP: 70070-934, portador da carteira de identidade nº 2040478, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Pernambuco - SSP/PE, e do CIC/CPF nº 044.004.963-68; JOSÉ SERGIO GABRIELLI DE AZEVEDO, brasileiro, natural da cidade de Salvador (BA), divorciado, economista, com domicílio na Av. República do Chile, 65, 23º andar - Rio de Janeiro (RJ), CEP: 20031-912, portador da carteira de identidade nº 00693342-42, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia - SSP/BA, e do CIC/CPF nº 042750395-72 042750395-72 ; FRANCISCO ROBERTO DE ALBUQUERQUE, brasileiro, natural da cidade de São Paulo, casado, General de Exército Reformado, com domicílio na Alameda Carolina nº 594, Itu (SP), CEP: 13306-410, portador da carteira de identidade nº 022954940-7, expedida pelo Ministério do Exército e do CIC/CPF nº 351786808-63; e LUCIANO GALVÃO COUTINHO, brasileiro, natural da cidade de Recife (PE), divorciado, economista, com domicílio na Av. República do Chile nº 100, 19º andar, Rio de Janeiro (RJ), CEP 20031-917, portador da carteira de identidade nº 8925795, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo - SSP/SP, e do CIC/CPF nº 636831808-20.

Item VII: Pelo voto da maioria dos acionistas presentes, em conformidade com o voto da representante da União, foi aprovada a fixação da remuneração global a ser paga aos administradores da Petrobras em R$8.266.600,00

(OITO MILHÕES, DUZENTOS E SESSENTA E SEIS MIL E SEISCENTOS REAIS), no período compreendido entre abril de 2009 e março de 2010, aí incluídos: honorários mensais, gratificação de férias, gratificação natalina (13º salário), participação nos lucros e resultados; passagens aéreas, previdência privada complementar, e auxílio moradia, nos termos do Decreto nº 3.255, de 19.11.1999, mantendo-se os honorários no mesmo valor nominal praticado no mês precedente à AGO de 2009, vedado expressamente o repasse aos respectivos honorários de quaisquer benefícios que, eventualmente, vierem a ser concedidos aos empregados da empresa, por ocasião da formalização do Acordo Coletivo de Trabalho – ACT na sua respectiva data-base de 2009;

8 DE ABRIL DE 2009 .

.. se "alguém" disser que é boato... acesse o link abaixo !

http://www2.petrobras.com.br/ri/port/InformacoesAcionistas/pdf/ATA_AGO_08abr09_port.pdf

sábado, 7 de novembro de 2009

Fogo e fumaça

Meses atrás chegou a notícia que o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso estava defendendo a maconha. Obviamente deturpada. Na verdade o que aconteceu foi que a ONU lançou uma nova política sobre drogas e aproveitando a oportunidade uma rede formada por mais de 40 ONGs, instituições científicas, fundações e associações que atuam nas áreas de políticas públicas, saúde e segurança lançaram uma campanha para pressionar governos mundo afora a alterarem suas políticas de combate às drogas. O grupo defende que as estratégias sobre o assunto passem a priorizar também o tratamento de depedentes químicos e as políticas de redução de danos, ao invés de continuarem concentrando-se apenas na repressão ao tráfico e ao consumo. O fim das prisões por porte de drogas, a distinção entre "usuário" e "depedente" e o debate sobre a devastadora relação entre o uso de drogas injetáveis e a epidemia de AIDS e outras doenças infecto-contagiosas. Aí entra Fernando Henrique Cardoso, ele é apoiador desse movimento, com ele também estão os ex-Presidentes César Gaviria e Ernesto Zedillo, da Colômbia e México respectivamente. Aliás, o México abrandou suas leis sobre consumo de maconha no primeiro semestre desse ano e foi seguido pela Argentina mês passado. O que as pessoas estão confundindo é justamente a parte crucial: DESCRIMINALIZAÇÃO e LEGALIZAÇÃO. Uma coisa não tem nada haver com a outra. O que se discute no Brasil é justamente a descriminalização, ou seja, pessoas que forem pegas com pequena quantidade de maconha não seriam mais consideradas criminosas e consequentemente não seriam detidas se misturando com ladrões, assassinos, estupradores e outros maus elementos. Essa é uma discussão muito delicada mas que tem avançado, muito em função dos problemas em excesso que nossa justiça possui bem como a nossa polícia. O movimento pró-descriminalização defende que o consumo de maconha passe a ser uma questão de saúde pública, onde os usuários deixariam de ser criminosos e passassem a ser pacientes a serem assistidos. O Congresso Nacional já começou a discutir a diferenciação entre usuário e traficante, baseado na quantidade de droga encontrada com a pessoa. Apesar de todos esses avanços convém informar que países de vanguarda no quesito legalização estão revendo seus conceitos, a Suécia e a Suíça recuaram em sua "permissibilidade" e a Holanda, tradicional por seus coffee-shops, também começou a recuar.