quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Stand up comedy, os engraçadinhos mudaram de nome!


Qual sala de aula não tem seu engraçadinho...? Toda sala tem. Sempre foi assim e sempre será. Na minha sala no curso de Comunicação da UESB por exemplo tem Muller Leandro, ele é uma espécie de centroavante do São Paulo misturado com lateral-direito do Flamengo. Com o avanço tecnológico das camêras fotográficas e de celulares aliado ao advento da internet, em especial do site YouTube, os vídeos passaram a se popularizar na rede. Por causa disso surgiram várias "webcelebridades", e os "engraçadinhos" se transformaram em Stand Up Comedy. No final do ano passado Jô Soares entrevistou em seu programa um desses caras, Fábio Rabin. Confesso que no início não me interessei muito mas quando o cara começou a contar as histórias dele me surpreendi. O cara era realmente engraçado. Outro que havia visto antes no YouTube também era muito bom, Márcio Américo, que também é escritor e teve um livro seu transformado em filme: Meninos de Kichute. Conheço dois caras são excelentes contadores de caso, Sebastião "Sessé" Silva e Plínio "Boca". Aliás "Boca" é o melhor (e mais engraçado) imitador de Galvão Bueno que eu conheço, é sucesso absoluto nas oficinas do São Vicente. Vou tentar convecê-lo a gravar um vídeo imitando Galvão para postar aqui no blog.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Telemarketing, sua vida por um fio


Você já deve ter ligado pra um telemarketing. Certamente pra fazer queixa de alguma coisa. Os campeões de queixa são as empresas de telefonia que sempre estão lesando os clientes de alguma forma. Então ligamos para o callcenter virados nos seicentos milhões de diabos! Mas é preciso ter muito cuidado na hora de falar com os atendentes, principalmente com o que vai ser dito, e o mais importante: a forma como vai ser dita. Um amigo meu, Ananias, que trabalhava na Conseil, sempre dizia: "tudo é uma questão de comunicação". Os atendentes de callcenters são super bem treinados e conhecem todos os processos, eles vão fazer de tudo pra "puxar" pro lado da empresa. Mas se você tiver razão não tem jeito, você ganha a questão. Mas tem um detalhe chave, os atendentes podem encurtar o problema e resolver tudo logo de uma vez... É. Basta seguir a orientação de Ananias: "fale com jeito". Se você for simpático ele certamente vai facilitar as coisas e você vai ganhar tempo. Isso não deveria acontecer, temos nossos direitos de cidadãos e consumidores, mas como não estamos na Dinamarca nem na Finlândia... Paciência... Mas se o atendente dificultar use a palavra mágica: PROCON. Ou então: ANATEL. Elas tem a força de um He-Man dizendo: "Pelos poderes de Grayskull". Os atendentes tem uma orientação para que caso uma dessas palavras seja ouvida os clientes devem ter suas solicitações atendidadas a qualquer custo. Portanto já sabe, com essas palavras você vai abrir até as Portas da Esperança...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Esperando o Reitor (Teatro do Absurdo)

É, foi proposital o trocadilho. Quando o professor Marcos Lima mandou criar um texto para a matéria Análise e Produção de Narrativas Jornalísticas com o tema "A Eleição para a Reitoria" me veio na hora a idéia do absurdo. E do teatro. Nada mais teatral do que uma eleição para reitor e nada mais absurdo no teatro do que Samuel Beckett. Daí o trocadilho com o nome de sua peça. Tal qual a peça de Beckett uma eleição para reitor conta com quatro personagens: o aluno, o professor, o funcionário da universidade e o governador do estado. Aí começa o teatro. Cria-se uma campanha eleitoral onde acontece desde a sujeira (sujeira mesmo, de papéis e adesivos) eleitoral até os debates, passando pela disputa à tapas pelos votos. O absurdo já começa nos votos, são pesos diferentes para votos de professores, funcionários e alunos. Ou seja, não é uma eleição democrática, justamente por causa desse peso o escolhido da maioria pode não ser o vencedor... É a luta do voto universal contra o voto paritário. Após a eleição o teatro vira circo. Uma lista tríplice dos mais votados vai para a mesa do governador para que ele escolha um dos candidatos. Olha o absurdo aparecendo mais uma vez! Isso quer dizer o seguinte: a eleição não decide nada, quem decide é o governador. E tem mais, se o governador quiser escolher alguém que não conste na lista ele pode. Ou seja, o circo se torna mais circo do que nunca, com palhaços e tudo. Esse absurdo faria Samuel Beckett corar, aposto, e Godot finalmente apareceria para reclamar da concorrência. Então não perca! Esperando o Reitor: Espetáculo de longa temporada, entre abril e junho de 2010, na UESB.

2012, O Filme (que não assisti...)

Estavam me cobrando a crítica do filme 2012 O Ano da Profecia, então resolvi assistir antes que saísse de cartaz aqui do nosso Multiplex Tabajara ou Cinemark Paraguaio do Shopping Conquista Sul. Fui lá no último domingo e peguei a sessão de 20:40 chegando um pouco atrasado. A sala tinha quase metade da ocupação, o que significa um bom público para os padrões locais. Bom, depois de 15 minutos de sessão eu dormi... e só acordei quando as pessoas estavam passando na minha frente pra ir embora. Então recomendo o filme para quem quiser dar um bom cochilo com trilha sonora de uma hecatombe. Vida que segue.

Say no to racism II


Fazendo um up de um post anterior onde protestei contra a possível contratação do treinador Antônio Carlos pelo Vasco registro aqui que a negociação não vingou. Assim como eu, centenas de milhares de Vascaínos espalhados pelo país protestaram e eu acredito que isso tenha surtido efeito para a decisão final da diretoria.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Um homem chamado porcaria


Semana passada Lula falou mais uma de suas grandes bobagens: "Eu quero é saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra...". Quando ouvi isso me perguntei: "Isso é postura de um Presidente da República?". Se ele fala isso em público, num discurso de inauguração imagine o que não fala nos gabinetes da vida... Cheguei à conclusão que o costume do cachimbo é que entorta a boca. Lula tem o péssimo hábito de quebrar protocolos. Sempre gosta de fazer gracinhas em público, geralmente usando metáforas sobre futebol. A mídia se diverte com isso e reproduz o tempo todo afinal de contas é o Presidente falando aquelas coisas idiotas. Porém o outro lado disso não é analisado nem levado em consideração, ele fala isso porque na verdade não tem o que falar. Não tem conteúdo pra dizer algo relevante com o tema, seja na inauguração de uma hidrelétrica no Pará, uma rodovia em São Paulo ou um porto em Pernambuco. Ele não entende dessas coisas então prefere falar de coisas desimportantes nos discursos. É a valorização da mediocridade e a banalização do cargo mais importante do país. Os paraenses, paulistas e pernambucanos tem que saber do presidente quanto custaram aquelas obras e se elas foram bem fiscalizadas porque quem pagou por elas foram os brasileiros de todo o país. Então ele precisa se informar das obras para depois não vir com sua velha desculpa: "eu não sabia de nada", e nós, plebeus, termos que assistir a mais um escândalo na TV.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Aipim cozido da Colorado - Baixa Gastronomia Parte II

Situado no número 1 da Avenida Lauro de Freitas, em pleno coração da cidade, a Lanchonete Colorado abre cedo, muito cedo. Às 5 manhã o miguelense Gúri levanta as portas para servir o café-da-manhã mais reforçado de Conquista. O balcão tem a frequência diária de motoristas de ônibus do Terminal, fazendeiros, empresários e comerciários, todos interessados em forrar o estômago para cumprir suas cansativas jornadas de trabalho. Nos finais semana o Colorado recebe a boemia da cidade, todo mundo de "virote", chegando pouco antes da lachonete abrir e aguardando Gúri como um Messias, um salvador. A especialidade da casa é o aipim cozido, acompanhado com bife e ovo frito. O aipim é sempre mole e com manteiga derretida, o bife e o ovo são no ponto fazendo com que todos clientes se tornem fiéis ao prato. A pedida é muita, por isso quem chega depois das 8 horas não encontra mais nada e tem que se contentar com os salgados e sanduíches. Aos sábados e domingos sai feijoada gorda.
Lanchonete Colorado
Endereço: Avenida Lauro de Freitas (Terminal de ônibus), 01, Centro
Telefone: (77) 3422.2830
Horário: 5h/19h (dom. até 13h)

Say no to racism

Foi ventilado essa semana que o Vasco já teria um novo técnico: Antonio Carlos. O ex-zagueiro do São Paulo e do Palmeiras tem muito pouca experiência como treinador, foi também diretor de futebol no Corinthians durante um período. Mas a maior marca em seu currículo foi quando atuava pelo Juventude-RS quando se envolveu num caso de racismo: Aos 24min do segundo tempo de um jogo entre Juventude e Grêmio, Antônio Carlos deu uma cotovelada em Jeovânio e foi expulso. Além de ter recebido cartão vermelho, Antônio Carlos fez gestos interpretados como racistas contra Jeovânio, ao esfregar o dedo na pele do braço (ver foto acima) e ter gritado palavras, entre elas “macaco”. Antônio Carlos alegou que passou a mão no braço por causa de um machucado no local. O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul não quis saber e suspendeu preventivamente o zagueiro por 60 dias.
SENHOR ROBERTO DINAMITE, O VASCO TEM EM SUA HISTÓRIA A TRADIÇÃO DE LUTA CONTRA O RACISMO! O VASCO FOI FUNDADO POR NEGROS E BRANCOS POBRES! O VASCO É MAIS QUE UM CLUBE, É UMA BANDEIRA DE LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E SOCIAL! NÃO MANCHE NOSSA HISTÓRIA SENHOR ROBERTO!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A Globo continua a mesma

No último domingo a Rede Globo tentou mais uma vez deturpar uma informação. Da mesma forma que agiu em 1989 quando editou as imagens do debate entre Collor e Lula na reta final das eleições presidenciais. Domingo a Globo resolveu propagar que o Flamengo era hexacampeão brasileiro de futebol. Como o Flamengo poderia ser hexa se só havia sido campeão nos anos de 80, 82, 83 e 92? Ou seja, era tetra. O campeão brasileiro legítimo de 1987 é o Sport-PE. Naquele ano a CBF não teve condições financeiras de organizar o campeonato, então o recém-fundado Clube dos 13 se propôs a financiá-lo e a CBF por ser a entidade máxima do futebol brasileira oficializaria o título junto à FIFA, entidade máxima do futebol mundial. O Clube dos 13 quis fazer um campeonato somente com seus associados porém a CBF vetou porque clubes bem colocados no Brasileirão de 1986 ficariam de fora, inclusive o Guarani que perdeu aquele título pro São Paulo. Então ficou acordado que haveriam dois grupos ou módulos: o verde e o amarelo. O módulo verde contaria com os times do C13 e o amarelo com os não-sócios, e no final se cruzariam os dois melhores colocados de cada grupo num quadrangular. Assim nascia a Copa União. O campeonato transcorreu normalmente até que nas finais o Flamengo através do seu então presidente Márcio Braga declarou que não jogaria contra Sport e Guarani, classificados do outro grupo. O Flamengo desafiou a CBF e jogou somente contra o Internacional e venceu. O Sport venceu o Guarani e se tornou o Campeão Brasileiro de 1987. A CBF e a FIFA reconheceram o Sport como legítimo campeão pelo fato do Flamengo não ter cumprido o regulamento. O Sport junto com o Guarani disputaram a Copa Libertadores da América de 1988. Após isso o Flamengo começou uma batalha jurídica, tanto na justiça desportiva como na justiça comum, perdendo em todas áreas e instâncias num processo que durou 10 anos, a justiça considerou que o Flamengo assinou um regulamento com todos o clubes e no final não o cumpriu pelo fato desistência. Portanto não tinha razão e estava errado. A Rede Globo não divulga esse fato mas é só acessar os links abaixo da Justiça Federal, FIFA e CBF que se comprova que o Sport é o verdadeiro e único Campeão Brasileiro de 1987. Regulamento semelhante ocorreu nos Brasileirões de 1993 e 2000, quando Vitória-BA e São Caetano vieram de grupos mais fracos e chegaram à final jogando contra Palmeiras e Vasco, com a diferença que Palmeiras e Vasco não se recusaram a jogar. Enfrentaram os adversários, venceram e foram campeões brasileiros naqueles anos de forma inquestionável.

Justiça Federal: http://www.trf5.gov.br/archive/1997/04/199405000372353_19970424.pdf

FIFA: http://es.fifa.com/classicfootball/clubs/club=44132/index.html

CBF: http://www.cbf.com.br/seriea/


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Family Guy, o melhor do politicamente incorreto


Family Guy, ou no brasil Uma Família da Pesada, é um desenho animado criado por Seth MacFarlane em 1999 para o canal fechado FOX. A série mostra a louca vida de Peter Griffin com a sua família de classe média. Você deve estar pensando nos Simpsons agora, pois bem, esse desenho consegue ser mais politicamente incorreto do que Hommer e equipe, subvertendo-os a uma mera diversão de guris saídos da pré-escola. A coisa é tão escrachada que a Globo passava depois do programa Altas Horas, ou seja, na madrugada de sábado pra domingo quando ninguém está em casa. Os personagens vão desde o bebê neurótico Stewie (que sonha em matar a mãe) até o vizinho Quagmire (que é pervetido sexual e sua casa é estilizada como um quarto de motel). Mas o personagem mais emblemático é o cachorro Brian, ele é o conselheiro da família e leva uma vida de playboy: bebe dry martini o tempo todo, seu carro é um Honda Civic (enquanto que o da família é uma velha banheira) e volta e meia está experimentando maconha, cocaína ou crack. O desenho sempre cita em seus episódios outros desenhos ou filmes em forma de paródia e seus produtores declararam adorar Os Simpsons mas não assistiam para não sofrer influência. Tirem as crianças da sala e boa diversão.

sábado, 28 de novembro de 2009

O Bauru da Padaria São Marcos - Baixa Gastronomia Parte I


Vitória da Conquista é pródiga em estabelecimentos com comida de alta qualidade e sabores irresistíveis. Como são lugares geralmente simples, sem a sofisticação do Bistrô, por exemplo, resolvi classificá-los como Baixa Gastronomia, que, apesar do nome, não deixa a dever a nenhuma Perini, Barbacoa ou Famiglia Mancini. Vou iniciar aqui uma série de post's sobre essas comidas fantásticas falando do Bauru da Panificadora São Marcos. O Bauru da São Marcos chama a atenção por seu volume, mal cabe na mão e você precisa da ajuda de garfo e faca para "traçá-lo", não à tôa seu apelido lá é "PF". Por dentro é uma festa de queijo e mortadela que são cortados com espessura de 1 centímetro, daí se descobre que o segredo do volume é a fartura dos frios. Quando sai do forno ou da chapa pra "pegar aquele grau" o queijo derretido despenca no prato e você fica literalmente babando... Esse Bauru já me "salvou" muito quando eu era Analista da AmBev e não tinha tempo pra almoçar... O serviço merece destaque, com mais 40 anos de tradição a São Marcos está sob o comando de Marcos "Mezenga" Amaral (que mantém uma adega secreta de vinhos italianos, portugueses e argentinos), a agilidade dos funcionários é de fazer inveja a qualquer cadeia internacional de fast food, com os sempre engraçados "Schumacher" (grande imitador de fregueses), "Irmão" e Maurício operando o balcão.
Panificadora São Marcos
Endereço: Rua Teodoro Sampaio, 555, São Vicente. (em frente a DIRES)
Telefone: (77) 3421.1606
Horário: 6h/20h (sáb. até 19h; fecha dom.)

Paêbirú, assim nasce um mito

Em 1973, Zé Ramalho era um animador de bailes em bandas de iê-iê-iê de João Pessoa e Campina Grande. O pintor Raul Córdula lhe avisou que no Recife havia um pessoal diferente, conhecido como udigrudi pernambucano. Foi pra lá. O guru era Lula Côrtes, um hiperativo que dividia seu tempo entre o desenho e o seu inseparável tricórdio, um instrumento meio estranho. Lula Côrtes se firmara como líder da turma durante a I Feira Experimental de Música do Nordeste (11/11/1972), também conhecida como Woodstock cabra da peste.
“O ácido era distribuído ao público, cerca de duas mil pessoas, dissolvido num balde com Q-suco”, testemunhou depois Marco Polo, futuro membro da Tamarineira Village, numa entrevista ao jornalista pernambucano José Telles. No início de 1974 Zé foi apresentado a Lula, que vivia com a namorada Kátia Mesel no então distante subúrbio de Casa Forte (que virou bairro nobre do Recife). Lula lhe falou da Pedra do Ingá e da idéia de fazer um disco inspirado no sítio arqueológico de Ingá do Bacamarte. Paêbirú é um disco duplo é dividido em quatro lados, e cada um é dedicado a um dos quatro elementos da natureza: Terra, fogo, água e ar, respectivamente. Além dos longos instrumentais psicodélicos e ritmos regionais, também foram adicionados sons sintéticos paralelos ao tema dos lados. O disco foi feito em 1975 no estúdio da Rozenblit e lançado imediatamente, mas na terrível enchente de julho daquele ano no Recife, as águas do Capibaribe invadiram a fábrica e destruíram praticamente toda a prensagem do disco e as fitas master, com a exceção de 300 cópias que haviam sido levadas para a casa de Lula e Kátia. Dessas 300 cópias nasceu o mito, que é tão incrível que há gente que não acredita.
Hoje é possível encontrá-lo em CD, lançado pela Shadoks, um obscuro selo alemão. No Brasil o disco sai por um preço bem salgado: No Mercado Livre por 120 Reais. O disco é hoje o vinil com maior valor comercial no Brasil, bem conservado, um disco da edição original vale em torno de 4 mil reais.

Estupra mas não mata...


Vocês sabem quem é César Benjamin? Então começo por sua biografia sintetizada hoje na Folha de S. Paulo:CÉSAR BENJAMIN, 55, militou no movimento estudantil secundarista em 1968 e passou para a clandestinidade depois da decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro desse ano, juntando-se à resistência armada ao regime militar. Foi preso em meados de 1971, com 17 anos, e expulso do país no final de 1976. Retornou em 1978. Ajudou a fundar o PT, do qual se desfiliou em 1995. Em 2006 foi candidato a vice-presidente na chapa liderada pela senadora Heloísa Helena, do PSOL, do qual também se desfiliou. Trabalhou na Fundação Getulio Vargas, na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Prefeitura do Rio de Janeiro e na Editora Nova Fronteira. É editor da Editora Contraponto e colunista da Folha.
Como se nota por sua biografia, Benjamin — conhecido por Cesinha — No arquivo, vocês encontrarão várias referências a ele e também à sua editora, que publica bons livros. À diferença do que dizem, sei manter divergências civilizadas com civilizados. Adiante.
A Folha publica hoje alguns textos sobre o filme hagiográfico “Lula, O Filho do Brasil”. Benjamin escreve um longo depoimento — íntegra aqui — em que narra todos os horrores que sofreu na cadeia, preso que foi aos 17 anos. Entre outras coisas, e sabemos que isto é tragicamente comum nas cadeias brasileiras até hoje, foi entregue para “ser usado” pelos presos comuns, o que, escreve ele, não aconteceu. E faz um texto que chega a ser comovido sobre o respeito que lhe dispensaram na cadeia.
Depois de narrar suas agruras, interrompe o fluxo da memória daquele passado mais distante para se fixar num mais recente, 1994, quando integrava a equipe que cuidava da campanha eleitoral de Lula na TV — no grupo, estava um marqueteiro americano importado por alguns petistas. E, agora, segue o texto estarrecedor de Benjamin sobre uma reunião.
(…)Na mesa, estávamos eu, o americano ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci. Lula puxou conversa: “Você esteve preso, não é Cesinha?” “Estive.” “Quanto tempo?” “Alguns anos…”, desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: “Eu não aguentaria. Não vivo sem boceta”.
Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de “menino do MEP”, em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do “menino”, que frustrara a investida com cotoveladas e socos.
Foi um dos momentos mais kafkianos que vivi. Enquanto ouvia a narrativa do nosso candidato, eu relembrava as vezes em que poderia ter sido, digamos assim, o “menino do MEP” nas mãos de criminosos comuns considerados perigosos, condenados a penas longas, que, não obstante essas condições, sempre me respeitaram.
O marqueteiro americano me cutucava, impaciente, para que eu traduzisse o que Lula falava, dada a importância do primeiro encontro. Eu não sabia o que fazer. Não podia lhe dizer o que estava ouvindo. Depois do almoço, desconversei: Lula só havia dito generalidades sem importância. O americano achou que eu estava boicotando o seu trabalho. Ficou bravo e, felizmente, desapareceu.
Num outro ponto se seu longo texto, Benjamin comenta o filme sobre a vida de Lula e lembra aqueles que não o molestaram na cadeia:
(…)A todos, autênticos filhos do Brasil, tão castigados, presto homenagem, estejam onde estiverem, mortos ou vivos, pela maneira como trataram um jovem branco de classe média, na casa dos 20 anos, que lhes esteve ao alcance das mãos. Eu nunca soube quem é o “menino do MEP”. Suponho que esteja vivo, pois a organização era formada por gente com o meu perfil. Nossa sobrevida, em geral, é bem maior do que a dos pobres e pretos.
O homem que me disse que o atacou é hoje presidente da República. É conciliador e, dizem, faz um bom governo. Ganhou projeção internacional. Afastei-me dele depois daquela conversa na produtora de televisão, mas desejo-lhe sorte, pelo bem do nosso país. Espero que tenha melhorado com o passar dos anos.
Mesmo assim, não pretendo assistir a “O Filho do Brasil”, que exala o mau cheiro das mistificações. Li nos jornais que o filme mostra cenas dos 30 dias em que Lula esteve detido e lembrei das passagens que registrei neste texto, que está além da política. Não pretende acusar, rotular ou julgar, mas refletir sobre a complexidade da condição humana, justamente o que um filme assim, a serviço do culto à personalidade, tenta esconder. * Extraído do blog de Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Negro no Futebol

O Vasco foi o primeiro clube no Brasil a ter negros em seus quadros, isso todo mundo sabe. Mas o que a mídia não conta é que o Vasco foi fundado por negros, portugueses e brancos pobres. Eles não tinham espaço nos clubes da elite como Flamengo, Fluminense e Botafogo. O que a mídia também não diz é que a mudança promovida pelo Vasco não foi aceita pelos outros clubes imediatamente. Muitos anos depois é que os clubes passaram ter jogadores negros, mas o racismo continuava, a prova disso é o ex-jogador Paulo César Caju (campeão do mundo em 1970). Ele quando jogou pelo Flamengo não podia entrar na área social da Gávea por causa do preconceito às pessoas de cor. Também é incrível como a imprensa esconde esse tipo de fato, certamente porque o Flamengo é time "queridinho" da mídia...
*Na foto o lendário massagista Pai Santana com craque Edmundo.

sábado, 21 de novembro de 2009


"Olhar sereno, pele branca, quase neve. Sorriso largo, boca linda, cabelos longos, depois curtos, depois longos de novo. Baixinha, média de salto, coração grande. Paciência maior ainda. Ar de preocupação, delicadeza de uma princesa. Sentimentos de um anjo. Palavras simples, palavras certas, palavras certeiras, palavras de amor, palavras-cruzadas, palavras mal-ouvidas, palavras eternas. Longas distâncias, longas ligações, longos diálogos. Destinos cruzados, destinos afastados, destinos traçados, destinos iguais".

Ré pra Frente


Em mais um ano consecutivo, o Brasil teve mau desempenho no relatório do Índice de Percepção de Corrupção da ONG Transparência Internacional. O país marcou índice de 3,7 em uma escala que vai de zero (países vistos como muito corruptos) a dez (considerados bem pouco corruptos) e ficou em 75º em um ranking de 180 países avaliados. No ano passado, o país teve um índice de 3,5 de percepção de corrupção.
P.S. Ano passado o Brasil ficou em 80º, será que o Brasil melhorou ou os outros que pioraram?!

sábado, 14 de novembro de 2009

Jaques Wagner, O nosso Velho Barreiro


Vocês já perceberam a semelhança entre o governador da Bahia e o garoto-propaganda da cachaça Velho Barreiro...? Impressionante!
P.S. Velho Barreiro, quem toma abre...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Mamata da Petrobrás

ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS(Lavrada sob a forma de sumário, conforme facultado pelo parágrafo primeiro do artigo 130 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976).

DIA, HORA E LOCAL: Assembleia realizada às 15 horas do dia 8 de abril de 2009, na sede social, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, na Avenida República do Chile, no 65.

Item IV: Foram reeleitos como membros do Conselho de Administração da Companhia, na forma do voto da União, com mandato de 1 (um) ano, permitida a reeleição, a Senhora DILMA VANA ROUSSEFF, brasileira, natural da cidade de Belo Horizonte (MG), divorciada, economista, com domicílio na Casa Civil da Presidência da República - Praça dos Três Poderes - Palácio do Planalto - 4º andar - salas 57 e 58, Brasília (DF), CEP: 70150-900, portadora da c arteira de identidade nº 9017158222, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul - SSP/RS, e do CIC/CPF nº 133267246-91 e os Senhores GUIDO MANTEGA, brasileiro, natural de Gênova, Itália, casado, economista, com domicílio no Ministério da Fazenda - Esplanada dos Ministérios - Bloco P - 5º andar - Brasília (DF), CEP: 70048-900, portador da carteira de identidade nº 4135647-0, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo - SSP/SP, e do CIC/CPF nº 676840768-68; SILAS RONDEAU CAVALCANTE SILVA, brasileiro, natural da cidade de Barra da Corda (MA), casado, engenheiro, com domicí lio na S..A.U.S. - quadra 3 – lote 2 - Bloco C – Ed. Business Point - salas 308/309, Brasília (DF), CEP: 70070-934, portador da carteira de identidade nº 2040478, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Pernambuco - SSP/PE, e do CIC/CPF nº 044.004.963-68; JOSÉ SERGIO GABRIELLI DE AZEVEDO, brasileiro, natural da cidade de Salvador (BA), divorciado, economista, com domicílio na Av. República do Chile, 65, 23º andar - Rio de Janeiro (RJ), CEP: 20031-912, portador da carteira de identidade nº 00693342-42, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia - SSP/BA, e do CIC/CPF nº 042750395-72 042750395-72 ; FRANCISCO ROBERTO DE ALBUQUERQUE, brasileiro, natural da cidade de São Paulo, casado, General de Exército Reformado, com domicílio na Alameda Carolina nº 594, Itu (SP), CEP: 13306-410, portador da carteira de identidade nº 022954940-7, expedida pelo Ministério do Exército e do CIC/CPF nº 351786808-63; e LUCIANO GALVÃO COUTINHO, brasileiro, natural da cidade de Recife (PE), divorciado, economista, com domicílio na Av. República do Chile nº 100, 19º andar, Rio de Janeiro (RJ), CEP 20031-917, portador da carteira de identidade nº 8925795, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo - SSP/SP, e do CIC/CPF nº 636831808-20.

Item VII: Pelo voto da maioria dos acionistas presentes, em conformidade com o voto da representante da União, foi aprovada a fixação da remuneração global a ser paga aos administradores da Petrobras em R$8.266.600,00

(OITO MILHÕES, DUZENTOS E SESSENTA E SEIS MIL E SEISCENTOS REAIS), no período compreendido entre abril de 2009 e março de 2010, aí incluídos: honorários mensais, gratificação de férias, gratificação natalina (13º salário), participação nos lucros e resultados; passagens aéreas, previdência privada complementar, e auxílio moradia, nos termos do Decreto nº 3.255, de 19.11.1999, mantendo-se os honorários no mesmo valor nominal praticado no mês precedente à AGO de 2009, vedado expressamente o repasse aos respectivos honorários de quaisquer benefícios que, eventualmente, vierem a ser concedidos aos empregados da empresa, por ocasião da formalização do Acordo Coletivo de Trabalho – ACT na sua respectiva data-base de 2009;

8 DE ABRIL DE 2009 .

.. se "alguém" disser que é boato... acesse o link abaixo !

http://www2.petrobras.com.br/ri/port/InformacoesAcionistas/pdf/ATA_AGO_08abr09_port.pdf

sábado, 7 de novembro de 2009

Fogo e fumaça

Meses atrás chegou a notícia que o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso estava defendendo a maconha. Obviamente deturpada. Na verdade o que aconteceu foi que a ONU lançou uma nova política sobre drogas e aproveitando a oportunidade uma rede formada por mais de 40 ONGs, instituições científicas, fundações e associações que atuam nas áreas de políticas públicas, saúde e segurança lançaram uma campanha para pressionar governos mundo afora a alterarem suas políticas de combate às drogas. O grupo defende que as estratégias sobre o assunto passem a priorizar também o tratamento de depedentes químicos e as políticas de redução de danos, ao invés de continuarem concentrando-se apenas na repressão ao tráfico e ao consumo. O fim das prisões por porte de drogas, a distinção entre "usuário" e "depedente" e o debate sobre a devastadora relação entre o uso de drogas injetáveis e a epidemia de AIDS e outras doenças infecto-contagiosas. Aí entra Fernando Henrique Cardoso, ele é apoiador desse movimento, com ele também estão os ex-Presidentes César Gaviria e Ernesto Zedillo, da Colômbia e México respectivamente. Aliás, o México abrandou suas leis sobre consumo de maconha no primeiro semestre desse ano e foi seguido pela Argentina mês passado. O que as pessoas estão confundindo é justamente a parte crucial: DESCRIMINALIZAÇÃO e LEGALIZAÇÃO. Uma coisa não tem nada haver com a outra. O que se discute no Brasil é justamente a descriminalização, ou seja, pessoas que forem pegas com pequena quantidade de maconha não seriam mais consideradas criminosas e consequentemente não seriam detidas se misturando com ladrões, assassinos, estupradores e outros maus elementos. Essa é uma discussão muito delicada mas que tem avançado, muito em função dos problemas em excesso que nossa justiça possui bem como a nossa polícia. O movimento pró-descriminalização defende que o consumo de maconha passe a ser uma questão de saúde pública, onde os usuários deixariam de ser criminosos e passassem a ser pacientes a serem assistidos. O Congresso Nacional já começou a discutir a diferenciação entre usuário e traficante, baseado na quantidade de droga encontrada com a pessoa. Apesar de todos esses avanços convém informar que países de vanguarda no quesito legalização estão revendo seus conceitos, a Suécia e a Suíça recuaram em sua "permissibilidade" e a Holanda, tradicional por seus coffee-shops, também começou a recuar.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Acabou Chorare

Meu pai fala que elogiar o disco Acabou Chorare dos Novos Baianos é como dar o Oscar pra Jack Nicholson, é chover no molhado... O disco lançado em 1972 foi eleito recentemente pela conceituada revista Rolling Stone o melhor disco da história da música brasileira, superando clássicos como o disco-manisfesto Tropicália, Chega de Saudade o divisor de águas da música lançado por João Gilberto e o fantátisco Tábua de Esmeralda de Jorge Ben. Mas por que esse disco deu tão certo?! Por que se tornou tão emblemático?! Precisamos lembrar que eles eram um grupo musico-teatral que se apresentava no Teatro Vila Velha em Salvador na segunda metade dos anos 60. A cultura hippie já havia chegado aqui e eles haviam absorvido essa cultura, além disso o Tropicalismo já havia eclodido e eles foram fortemente influenciados pelo movimento. Cairam na estrada e foram parar em São Paulo onde gravaram o primeiro disco, É Ferro na Boneca (1970) O virtuosismo de Pepeu Gomes, a musicalidade de Moraes Moreira, a poesia de Luiz Galvão, a presença de palco de Baby aliado ao traquejo vocal de Paulinho Boca de Cantor ficaram latentes naquele trabalho. Mas a sonoridade era rock e não poderia ser diferente, o rock era uma atitude naquele tempo e eles tinham o espírito do rock'n'roll, tinham... Até o dia em que eles, já morando numa cobertura no bairro de Botafogo no Rio, recebem a visita de João Gilberto, tudo iria mudar a partir dali. João com sua fantástica excentricidade mostrou a beleza do samba, dizendo para Os Novos Baianos que música não era só rock. Sob influência de João Gilberto, tetraidrocanabinol e alcalóides criaram uma maravilhosa alquimia que resultou no Acabou Chorare, inclusive a faixa-título é interpretada por Moraes Moreira que imita descaradamente o jeito cool de João Gilberto cantar. Era Tropicalismo, Rock'n'roll e Bossa Nova misturados por músicos de alta qualidade, não tinha como dar errado...

Chico, A Flecha


Chico, por seu temperamento forte e tendo a valentia como traço marcante, foi protagonista de uma das maiores guerras futebolísticas da história da Seleção Brasileira, ocorrido em 1946. Mas para entender a história, temos que voltar três meses antes.O início do fato que desencadeou a peleja internacional, ocorreu em 20 de dezembro de 1945, no estádio de São Januário,RJ. Era um Brasil x Argentina.Em campo o Brasil vence por 6 x 2. Mas além da goleada, o fato marcante foi a contusão do zagueiro argentino Batagliero, que fraturou a perna após choque com Ademir Menezes. Segundo a fonte do relato, Ademir na época com 20 anos, entrou no choque de maneira involuntária, e quem havia batido mesmo era Chico e Zezé Procópio, mais experientes e de estilo mais "chegador". Pois três meses depois, o Brasil vai disputar o Sul-americano em Buenos Aires. A final: Argentina e Brasil, no Monumental de Nuñez. A Argentina queria vingança e o clima era de guerra. Numa tentativa diplomática, o então chefe da delegação brasileira Ciro Aranha, leva Ademir pra visitar o zagueiro Batagliero, ainda em recuperação. Não adiantou muito.Já no estádio do River Plate, Chico recebeu o seguinte conselho de um argentino (diálogo publicado no site NetVasco):- É melhor não jogar. Nós vamos te matar.Chico, gaúcho valente e brigão, que nascera e se criara em Uruguaiana, na fronteira, respondeu com raiva:- Pois vão ter que me matar mesmo!Para acirrar ainda mais os ânimos platinos, Batagliero desfila em torno do gramado, numa maca, para inflamar torcedores e jogadores locais. A torcida dava o recado para o Brasil:-Mira!Mira! A partida começa nesse clima, e aos 28 minutos, o capitão argentino Salomon entra de carrinho em Jair, que levanta a perna, e a perna do jogador argentino choca-se contra a sola da chuteira de Jair. Salomon tem fratura dupla na tíbia e perônio (popular canela), e nunca mais se recuperou para o futebol.Tempo fecha e Jair tenta ir para o vestiário. O argentino Fonda parte para agredir Jair e Chico intervém na defesa de Jair. Chico é acertado pelas costas por Strembel, e nesse momento se vê cercado por argentinos. Segue brigando valentemente, soco e pontapés de todos os lados, até o máximo em que soldados argentinos de cavalos começam a bater com sabre em Chico, que se defende como pode no meio da turba argentina.Até que Mário Vianna consegue adentrar no tumulto, em meio a cavalos e jogadores, e tirar Chico dali, trazendo-o para o vestiário, por coragem e sorte, pois com a confusão mais de 500 torcedores argentinos estavam invadindo o campo. A polícia só conseguiu retirá-los com a utilização de bombas de gás.O Brasil não queria voltar a campo, mas o chefe da polícia local foi ao vestiário brasileiro e disse para que voltassem, pois em caso de cancelamento da partida ele não poderia garantir a segurança da equipe brasileira.O Brasil volta, mas não houve mais futebol. Chico estava expulso nesta altura. O Brasil perdeu por 2 x 0, e tiveram que se conformar com a derrota.Na volta ao Brasil, a delegação rumava ao Rio de Janeiro, enquanto Chico ia de trem para Uruguaiana, machucado, mas onde foi recebido pelos gaúchos de lá como herói de guerra, merecidamente.Fato interessante: Chico em sua carreira pela seleção brasileira, jogou 10 vezes contra a Argentina. Foi expulso em 9. Jogando pelo Vasco da Gama foi titular durante todo período daquele time chamado de Expresso da Vitória porque ganhava todos os títulos, inclusive de forma invicta o Campeonato Sulamericano de 1948 que foi a primeira Taça Libertadores da América. Faleceu em 1997 em decorrência de um infarto acontecido dias antes quando ele assistia um jogo do Vasco contra o River Plate.

O Galo seria uma boa


Acho que vou torcer pelo Atlético Mineiro nessa reta final de campeonato brasileiro. É um time bem armado pelo contestado Celso Roth e tem Diego Tardelli jogando muito (valendo até convocação de Dunga pra seleção). Outro fator que está pesando em minha decisão é a torcida do Galo, é um pessoal muito gente boa que já passou muita raiva por causa do apito de José de Assis "Aramengo" e José Roberto "Rato", vide a final do Brasileiro de 80 e o escandaloso jogo pela Libertadores de 81, ambos contra o "Framengo". Além do mais existe a antiga parceria com a torcida do Vasco que quando se encontram fazem a maior festa. Seria uma boa pro Galo, ele não ganha título brasileiro desde 1971 na época do folclórico Dario, o Dadá Maravilha... O time-base era esse aí da foto (em pé: Renato, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderlei, Vantuir e Oldair. Agachados: Ronaldo, Humberto Ramos, Dario, Beto e Romeu). P.S. Mas se der Palmeiras, nossos parceiros e fregueses de São Paulo também tá tudo certo!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Zero por cento de umidade relativa do ar


Quando eu era mochileiro fui parar certa vez no norte do Chile. Mais precisamente em San Pedro de Atacama, uma vila que fica no Deserto de Atacama, simplesmente o lugar mais seco do mundo. No primeiro dia programei pra conhecer as Salares, que é uma salina com paisagens fora-de-série. Mas ao invés de ir de carro como todo mundo faz eu "inventei" de ir de bicicleta... Aluguei uma por dez dólares e com o mapa na mochila segui em frente, passei num kiosko que é uma espécie armazém deles para comprar água. Peguei uma garrafa 500 ml quando fui pagar o funcionário do armazém perguntou: - Donde vá?, eu com aquela segurança de um irresponsável respondi: - Salares! O chileno na maior tranquilidade disse: - Mejor llevar una botella de tres litros. Comecei a perceber que aquele negócio não ia dar certo... De Vila de San Pedro até as Salares são 55 km e eu decidi fazer uma caminho "alternativo" para economizar 8 km. Lá pelo quilometro trinta depois de não ter passado por uma alma viva encontro uma espécie de beduíno que catava sal no deserto para vender. Estranho é que não havia sal naquele período do ano naquela área, por uma questão de temporada o sal estava no outro lado, ao sul, e aquele cara caminhando no deserto, seria uma miragem...? Quando o cumprimentei ele foi dizendo: - No puede pasar! eu me assustei e retruquei: - Como no?? Ele assim responde: - Hay ejercicios de la fuerza aerea yendo aqui, necesita volver! Eu falei em bom português: Xiiiiiiiiiii! Olha onde eu ia amarrar meu jegue... O beduíno deve ter entendido já que riu do que eu falei. Dei meia volta e fui para a vila, cheguei no final da tarde. Devolvi a bicicleta e fui logo em seguida pro bar tomar uma cerveja pra matar a sede e comemorar ter encontrado aquela figura no meio do nada. * Na foto acima estou do campo de futebol da Vila de San Pedro de Atacama.

Radio Days - A Era do Rádio


A Era do Rádio (Radio Days)


Uma das obras primas do diretor norte americano Woody Allen rodado em 1983 retrata a Nova York dos anos 30 e 40. A influência do rádio nessa época era semelhante à da internet atualmente e da televisão nos anos 70 e 80. O filme conta a história de um garoto judeu, narrado por ele próprio (é clara a presença do alter ego do diretor) naquele período que coincidia com a segunda guerra mundial onde o rádio interferia o tempo todo na vida e no comportamento das pessoas. O garoto Joe conta experiências próprias e outras fictícias daquele período de ouro do rádio norte-americano. São retratados no filme desde os programas jornalísticos até as radio novelas, dos programas de auditórios aos programas de super-heróis, passando pelo programas de discussão de problemas de relacionamento semelhante aos que vemos hoje na TV às tardes... A trilha sonora é uma atração à parte, não só pelo fato de que (por questões óbvias) no rádio a imagem não era nada e a voz era tudo, mas porque cria um clima de nostalgia ao filme. Carmem Miranda era a grande artista daquele período e o Brasil começaria a ser conhecido pelo mundo através daquelas músicas. É com certeza um filme muito divertido, imprescindível para compreender o comportamento da sociedade daquela época e perceber que não é de hoje como a mídia influencia a vida das pessoas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Yes We Can


Ok! We won, but, and now...?


O Rio venceu Madri na disputa pela cidade-sede das Olimpíadas de 2016 mas o que fazer a partir de agora? Numa disputa acirrada com a participação efetiva de líderes de estado fazendo lobbies fortíssimos o Brasil levou a melhor. Lulla que é de Caetés venceu Obama que é dali de Chicago mas tem um pezinho no Hawaii e outro no Quênia. Brasil 1 X 0 USA na semi-final. A final foi contra a Espanha representada por Madri, cidade dos merengues que tanto fornecemos craques de futebol (Didi, Vavá, Roberto Carlos, Ronaldo, Kaká...). Apuração: Brasil 66 X 32 Espanha. O lobby do Rei Juan Carlos não funcionou. Festa em Copacabana, festa "forçação de barra" da Globo em Manaus, Campo Grande, Salvador e mais meia dúzia de cidades que não tem nada a ver com o Rio nem com as Olimpíadas. A Globo tenta vender a imagem de que será um evento nacional e que haverá disputas esportivas em todo o país, é bom lembrar que Olimpíada não é Copa do Mundo... Mas agora vamos começar a falar sério: a quem interessa os Jogos Olímpicos serem realizados no Brasil? Um sorvete duas bolas para quem respondeu empreiteiras. Isso mesmo, em grandes eventos os maiores beneficiários são as empreiteiras, simples de explicar: nesses eventos existem grandes demandas por obras, desde parques esportivos até vilas olímpicas, por isso a turma do concreto faz a festa. As obras dos Jogos Panamericanos do Rio em 2007 foram superfaturadas e as contas reprovadas pelo Tribunal de Contas da União, imaginem o que vai para os jogos de 2016... Mas é hora de comemorar! Até o mendigo oficial aqui do Bairro Recreio comemorou a vitória...