terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Esperando o Reitor (Teatro do Absurdo)

É, foi proposital o trocadilho. Quando o professor Marcos Lima mandou criar um texto para a matéria Análise e Produção de Narrativas Jornalísticas com o tema "A Eleição para a Reitoria" me veio na hora a idéia do absurdo. E do teatro. Nada mais teatral do que uma eleição para reitor e nada mais absurdo no teatro do que Samuel Beckett. Daí o trocadilho com o nome de sua peça. Tal qual a peça de Beckett uma eleição para reitor conta com quatro personagens: o aluno, o professor, o funcionário da universidade e o governador do estado. Aí começa o teatro. Cria-se uma campanha eleitoral onde acontece desde a sujeira (sujeira mesmo, de papéis e adesivos) eleitoral até os debates, passando pela disputa à tapas pelos votos. O absurdo já começa nos votos, são pesos diferentes para votos de professores, funcionários e alunos. Ou seja, não é uma eleição democrática, justamente por causa desse peso o escolhido da maioria pode não ser o vencedor... É a luta do voto universal contra o voto paritário. Após a eleição o teatro vira circo. Uma lista tríplice dos mais votados vai para a mesa do governador para que ele escolha um dos candidatos. Olha o absurdo aparecendo mais uma vez! Isso quer dizer o seguinte: a eleição não decide nada, quem decide é o governador. E tem mais, se o governador quiser escolher alguém que não conste na lista ele pode. Ou seja, o circo se torna mais circo do que nunca, com palhaços e tudo. Esse absurdo faria Samuel Beckett corar, aposto, e Godot finalmente apareceria para reclamar da concorrência. Então não perca! Esperando o Reitor: Espetáculo de longa temporada, entre abril e junho de 2010, na UESB.

Nenhum comentário:

Postar um comentário